ETA
Amanhã começo a ensaiar com o grupo com que apresentarei um espetáculo no final do semestre no ETA (Estúdio de Treinamento Artístico). As três primeiras aulas me pareceram eliminatórias. Minha confiança no meu talento artista chegou ao limite. Improviso é a base da formação do ator nessa escola. Para mim, improviso era a pior coisa possível para um artista. Quer dizer, se ele conseguir fazer dar certo, está no lucro, levando-se em conta a delicadeza da situação. Mas não seria ocupado muito tempo de sua preparação com o improviso. Por incrível que pareça, tive que aprender a usar o bom senso e a relativizar algumas coisas que o ETA, teoricamente, exigia no material de aula que eu tinha recebido, além das informações preciosíssimas do site. Agora é hora de equilibrar o Laguna sistemático e o Laguna do FDS.
É só no grupo que o improviso, pensei, pode fazer sentido para mim. Será mais fácil guardar cara, nome, voz, corpo, movimentação, o jeito, em geral, da turma. Sem contar que há merdas, alegrias e rotinas que podem acontecer por conta das relações pessoais, obviamente. E isso por alguns meses.
Conseguimos fechar um local para ensaiar e temos, ao menos, duas ideias para escolhermos uma para nossa primeira cena. Nos reuniremos às onze horas e já iremos direto para o ETA, às 13h30. Uma colega propôs a iminência do encontro entre um, digamos, nerd solitário e uma garota maravilhosa. Pecado meu, mas não consegui entender a ideia da outra colega. Sei que o tema também era falha de comunicação em redes sociais. Mas era bem mais complexa a proposta. Se se mantiver as coisas como estão, escolherei com certeza a inciativa da primeira moça. Daria para fazer, dessa forma, um trabalho mais concentrado, nesse contexto de tantos aspectos a serem tratados.
É um ponto eu não ter muita noção de feriado ou algo equivalente. Votarei e logo irei ensaiar. Durante toda minha vida na universidade, minha folga era no final de semana. Não “entendo” quando o feriado é na semana. Tanto que até hoje, só em último caso eu abro mão do final de semana.
Nossa cena deverá ter cinco minutos e a mostraremos na aula. Fico curioso a respeito de duas horas ser tempo de sobra para quase dez pessoas discutirem ideia, personagem, conflitos, improvisar, etc. Quer dizer, é muito intenso, mexe com o coração, fazer esse monte de coisas e com um monte de gente? Nunca tive a experiência. Imagina um trabalho desses sendo impiedosamente julgado por professor e alunos. E digo impiedosamente porque também faço o mesmo. É comum se ouvir nas aulas “está uma bosta” da parte do professor. Eu lembro de um outro professor que tive. Se não comprometer a autoconfiança, dá para ter bom humor.
sábado, 4 de outubro de 2014
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