Ontem assisti ao meu
primeiro espetáculo de dança. Um amigo me convidou para ver um trabalho chamado
“Entreatos” e pude melhorar um pouco minha percepção da ideia de artes cênicas.
No começo, os dançarinos tinham posições definidas no palco e falavam. Muito
parecido com teatro propriamente dito. Após, houve quase uma hora de dança, com
sete pessoas no palco. Tais falas eu vi como uma espécie de temas musicais, os
quais serão desenvolvidos na apresentação – aí, suponho, seja em que linguagem
for. Artes cênicas, enfim, como algo mais amplo que o teatro.
Quanto ao elemento de
linguagem artística como definidor da dança, ele também se destacava por conta
de a música estar sempre presente, como uma poesia interpretada pelos
dançarinos. Admito que não me impressionou como a fruição de outras obras de
arte com que tenho mais familiaridade. Admito, ainda, que essa relativa indiferença
se deva, suponho que em grande medida, a um gosto não educado para a dança. No
entanto, eu não preciso me penalizar tanto, logo de início, pois Drummond
gostava dos Trapalhões e João Cabral não gostava de música.
Creio
que há uma esperança, de imediato, para "entender" o espetáculo. Meu
parâmetro de comparação é um vídeo de uma apresentação de butô, da qual gosto
muitíssimo. O cotejo dos dois espetáculos pode apurar algo em mim a respeito da
visão sobre a arte da dança.
Tecnicamente,
não há muito o que acrescentar. Artistas com preparo físico para executarem
movimentos muito largos e apoiarem o corpo uns dos outros no alto.
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